Considera que a federalização da EU será inevitável?
Eu penso que nada em política é "inevitável". Podemos, claro está, analisar as tendências e prever aquelas que a nosso ver são as mais prováveis, mas tudo depende de determinadas escolhas políticas. A História não está feita de antemão.
Dito isto, eu penso que já hoje a UE apresenta elementos federalistas claros, por exemplo a própria existência de instituições supranacionais, que são a Comissão Europeia ou o Banco Central, para além do direito comunitário, da moeda única (o Euro), da eleição direta do Parlamento Europeu, etc.
Estes elementos de supranacionalidade, que correspondem com certeza a uma ideia federal ou federalizante, vão muito provavelmente subsistir (contrariando assim as profecias catastrofistas dos que há muito preveem a implosão do Euro e até a desintegração da UE...), e até me parece que vamos encontrar outras formas de federalização, mas não considero como provável nem no curto nem no médio prazo a criação dos Estados Unidos da Europa. Parece-me que é mais realista anteciparmos alguns progressos no sentido federal, mas, como tem acontecido no passado, eles serão mais a consequência de alguns passos concretos, fruto de uma resposta incremental e progressiva, do que o resultado de um grande salto federalista.
Mas o futuro está sempre em aberto.
Aquilo que a UE será no futuro depende de nós e, mais concretamente, do que fizerem ou não fizerem as gerações mais jovens.
Qual a maior dificuldade que a União Europeia enfrenta?
A principal dificuldade neste momento é a de encontrar uma resposta coordenada a imigração ilegal. O fluxo muito rápido e massivo de refugiados e de imigrantes ilegais está a fomentar o aparecimento e o crescimento de partidos xenófobos e todos eles antieuropeus. Se juntarmos também um certo populismo, por vezes de direita, mas também às vezes esquerda, que se faz sentir contra a globalização, tudo isso atinge em certa medida a União Europeia. Se juntarmos igualmente o facto de o terrorismo ligado ao fundamentalismo islâmico criar cada vez mais receios entre os europeus, verificamos que estas diferentes ameaças podem confluir e vir a reforçar nacionalismos antieuropeus.
Estou convencido de que a União Europeia vai saber resistir e que, como tantas vezes acontece, acabará por, de forma progressiva, encontrar respostas a tais problemas, mas não há dúvida que no imediato isto coloca sério desafios a União Europeia como projeto transnacional e de abertura. Os seus próprios valores estão de algum modo algum modo em risco.
A 20 de Junho de 2017, no Jornal de Negócios, Jyrki Katainen - vice-presidente da Comissão Europeia - afirma que "esta UE a 27 precisa de uma nova direcção e compromissos, não só dos governos e deputados mas também dos cidadãos." Concorda com esta afirmação? Se sim, qual é o caminho e que compromisssos deverão ser firmados?
Com a 3° ronda de negociações a decorrer em Bruxelas desde segunda-feira e que se prolonga até esta quinta-feira, por questões de discórdias permanentes quanto ao estatuto dos cidadãos da União Europeia que residam no Reino Unido ou noutros países do bloco, à questão da "fronteira invisível" entre as duas Irlandas assim como o acordo na fatura do divórcio, considera haver futuro e seriedade neste tratamento especial e flexível que a Sra. Theresa May pretende?
Exmo. Dr. José Manuel Durão Barroso, menos de um ano após sair do cargo de Primeiro-Ministro, tínhamos José Sócrates como primeiro-ministro que acabaria por levar o pais a um situação de crise e tendo sempre imensas polémicas em seu redor. Imaginaria tão mau desfecho neste processo?
Durante a sua presidência à comissão europeia a Croácia aderiu ao projeto europeu, nesse sentido, era um objetivo da UE que as relações entre antigos países da Jugoslávia fossem pacificadas, nomeadamente entre croatas, sérvios e bósnios, com a intermediação da União?
Exmº Sr. Dr. Durão Barroso, até que ponto pode o terrorismo ameaçar a principal bandeira da união europeia (livre circulação de pessoas e bens e aumento da entrada de novos países) ?
Ao usar a morfina como alivio do sofrimento de um dente, estamos ao mesmo tempo a deprimir o seu sistema respiratório. Esta é uma forma de abreviar o tempo de vida, sem qualidade, de um doente. Caberá este caso dentro do conceito de eutanásia?
Como deve a União Europeia responder a esta vaga de terrorismo, atendendo ao facto de o pilar da política externa e de segurança comum ter sido abolido com o Tratado de Lisboa?
Quais foram os maiores desafios que enfrentou como Presidente da Comissão Europeia e quais são as qualidades humanas que acha essenciais para resolver esses problemas?
Tendo em conta notícias recentes, como atentados e divergências entre líderes mundiais, considera que a 3ª Guerra Mundial é uma possibilidade no nosso futuro?
Qual considera ser a probabilidade de formação de uma Federação Europeia, e se fosse formada que poderes deveriam ser delegados ao Governo Federal e quais deveriam permanecer no domínio dos Estados Membros?
Muitos têm dito que o futuro está nas mãos dos jovens, mas por um lado vê-se que nas autarquias e outros lugares com algum poder para alterar a situação política quem está lá não são jovens mas sim pessoas que estão há muito tempo na política, o que acha que nós jovens podemos fazer para poder alterar isso?
Segundo o jornal Expresso, de 28/06/2017, afirma que François Hollande foi o “pior erro de casting da história da França” e o “pior Governo de sempre”. Qual é, então, na sua opinião, o melhor passo a dar por parte do Governo Francês, para um programa interno e externo (europeu), forte?
Qual deve ser a postura a adotar por um qualquer político no término das suas funções públicas em locais cimeiros da governança nacional ou internacional? Como deve ele preparar a continuação/progressão da sua carreira profissional?
Eu, como defensor da União Europeia, tenho receio que a mesma se torne num monstro "federalismo". Este futuro negro, a meu ver, iria diminuir a possibilidade de ir em busca de uma vida melhor noutro país, caso o meu não tornasse isso possível pois o "país" seria o mesmo. A minha possibilidade de "votar com os pés" seria multiplicada. Dr. Durão Barroso, acha que este futuro é realmente negro como o vejo ou é algo possível à União Europeia?
Como é que a União Europeia (UE) não conseguiu renovar o acordo de pesa com a Guiné-Bissau? Confirma a tese do Governo Guineense que alega a falta de vontade da UE na renovação deste acordo de há muitos anos?
O seu curso de Direito, em Lisboa, serviu de pilar à sua vida política? Aconselharia uma licenciatura semelhante a um jovem que ambiciona singrar na Política?