Na minha opinião, nesta sessão a Sra. Deputada Paula Teixeira da Cruz foi sublinha a razão do direito à vida mas não do dever à vida. A vida humana tem primazia sobre a vida biológica pois enfraquece toda a racionalidade e a consciencialização do paciente pela liberdade repreendida dentro de si mesmo.
Por outro lado, o Sr. Doutor Ricardo Baptista Leite realça a falta de investimento nos cuidados paliativos por parte do Estado o que acaba por eliminar a esperança de vida para o utente e encaminha para uma profunda queda no desespero, pelo sentimento de abandono.
O principal argumento da Deputada Paula Teixeira da Cruz é que todas as pesssoas devem ter o direito de escolha, ou seja, cada pessoa deve ter o direito de escolher se quer ou não morrer. Já o principal argumento do Deputado Ricardo Baptista Leite é a necessidade de cuidar as pessoas na doença, oferecendo-lhes o maior conforto possível.
Na minha opinião, o principal argumento da Deputada Paula Teixeira da Cruz foi o facto de não se poder confundir o conceito de vida humana com o conceito de vida biológica. O principal argumento do Deputado Ricardo Baptista Leite foi a falta de investimento e aposta em tecnologias para alívio da dor que deveriam ser priorizadas em relação à prática da eutanásia.
Da parte da professora doutora Paula Teixeira da Cruz, o principal argumento foi a distinção entre os vários conceitos e a diferenciação entre vida humana e vida biológica. Da parte do doutor Ricardo Batista Leite, o argumento traduziu-se na necessidade de maior investimento nos cuidados paliativos.
A meu ver, o principal argumento da deputada Paula Teixeira da Cruz foi o de que ao recusamos a Eutanásia estaríamos a violar a vida humana, e não a vida biológica.
No outro lado da mesa de debate, em relação à exposição do deputado Ricardo Baptista Leite, considero que o seu argumento central foi o que a Eutanásia ao ser aprovada ia banalizar a morte e funcionar como um "lavatório para lavar as mãos" em relação ao problema do doente.
O principal argumento da Dra. Paula Teixeira Cruz foca-se no direito que temos à "boa morte" e na consequente diferenciação entre a vida humana e a vida biológica. Todos temos direito à vida humana, mas não à obrigação de carregar o fardo que esta pode ser. O Dr. Ricardo Leite defende que todos os profissionais de saúde têm que acompanhar os respectivos doentes com o intuíto de prolongar ao máximo a sua vida, com qualidade, como também a sua responsabilização pela assinatura do documento vital, por forma a que prevaleça a confiança entre doente e profissional de saúde .
Paula Teixeira da Cruz:
O Direito à vida humana é também.o direito à dignidade, defendendo que a pessoa tem o direito à vida, mas não tem a obrigação à vida e deve poder escolher como quer viver e como quer morrer.
Ricardo Baptista Leite:
O foco deve estar na vida e na dignidade da vida, defendendo que a aposta clara e prioritária deve ser no alívio do sofrimento e da dor.
O Dep. Ricardo Leite defende uma melhoria no sistema de saude para que se possa reduzir o numero de doentes em fase terminal.
A Dep. Paula da Cruz defende a que a vida humana é inviolavel
Ambos argumentaram que uma pessoa com doença grave ou mortal, não deve sofrer desnecessariamente, defendendo assim implicitamente a morte assistida, que em suas visões, Eutanásia é uma forma de aliviar uma dor desnecessária, respeitando o direito a vida e a dignidade humana.
Paula Teixeira da Cruz: "Eu tenho o direito à vida, não tenho a obrigação à vida! E tenho direito a uma morte digna"
Ricardo Leite: O Caminho do facilitismo traçado pelo Estado que em vez de oferecer uma alternativa baseada no melhoramento dos cuidados de saúde, oferece aos seus cidadãos uma forma de porem termo à sua vida!
Segundo o Dep. Ricardo Leite, seria necessário investir na qualidade de vida, paradoxalmente á ideia de investir na morte medicamente assistida.
Adversamente, a Depª. Paula Teixeira da Cruz defende a eutanásia enquanto liberdade de escolha de pôr termo á vida, em situações de sofrimento e impossibilidade de fintar a morte.
O principal argumento da deputada Paula Teixeira da cruz deve-se ao facto de o ser humano ter direito à vida e não ter o dever à vida, sendo que se deve pôr termo à vida nos casos de um sofrimento intolerável. Antagonicamente, o deputado Ricardo batista leite, apresenta como principal argumento em ser contra a eutanásia, o facto de o conceito de morte ser banalizado e não considerar a defesa incessante do doente em fase terminal de vida.
Dra Paula - O juramento da ordem dos médicos leva os mesmos a proteger a vida humana (não a biológica) a todo o custo
Dr Ricardo Leite - "Ninguém deve sofrer", isto é, até os profissionais na área da saúde devem fazer os possíveis para terminar o sofrimento, mesmo que pondo termo a uma vida (se o paciente assim entender)
A ex-Ministra Teixeira da Cruz defendeu a liberdade, o direito a coexistir uma vida biológica com a Vida Humana. Sem a última, um prolongamento da primeiro torna-se irracional e injustificada.
O deputado Batista Leite, pelo contrário, acha que o recurso à eutanásia é uma resposta à falta de capacidade do estado de providenciar os cuidados necessários para assegurar o tratamento médico apropriado nas fases terminais da vida.